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Toda sabedoria é inocente ao que se refere a ignorância da sociedade

Posted in Comunidade, Gotera, Informática, Mundo with tags , , , , , , , , , on 14 de abril de 2010 by Mikhail

A ideia por trás do dinheiro era simplesmente genial.

A criação de um sistema monetário para representar a abstrata ideia do valor das mercadorias e serviços revolucionou para sempre a economia, levando por terra o escambo e agilizando o comércio.

Então, a burrice humana entrou na equação. Em pouco tempo, o dinheiro revelou o lado mais podre da humanidade: prostituição, guerras, consumismo exacerbado, depredação da natureza… Tudo vale para conseguir cada vez mais e mais capital. Talvez a humanidade estivesse melhor sem essa invenção.

O valor monetário já é algo tão intrínseco à nossa sociedade que fica difícil nos imaginarmos sem ele.

Mas a culpa não é do dinheiro. O dinheiro, em si, é apenas uma ferramenta e, assim sendo, não é responsável pelo o que o usuário fará com ela. Sem sua existência, talvez as coisas movessem-se mais devagar, mas resultado final seria o mesmo.

“Triste que muitos atribuem valor ao dinheiro, o que não passa de uma folha de papel amassado. O verdadeiro valor está naquilo que ele pode ser trocado.”

A internet também é, por si só, apenas uma ferramenta; não adianta tentar relegar à ela papel como nova “emburrecedora” ou “alienadora” da sociedade. Seus efeitos dependem exclusivamente de como o usuário a utiliza. Ela, por si só, não deixará ninguém mais burro ou inteligente. No máximo, ela acelera o processo de crescimento (ou auto-destruição) da pessoa, já que o fluxo de informações nela é extremamente veloz. Mas ela não dita normas nem tem uma entidade poderosa controlando-a (pelo menos não até o Google comprá-la). É o usuário que escolhe se a usará para aumentar seu conhecimento ou desperdiçar tempo baixando pornografia.

Os geeks parecem não se conformar com isso e, ao verem a rede ser invadida por pessoas sem o mínimo de etiqueta virtual, vêm a web como um reino da ignorância. É compreensível, afinal, no começo, a internet não era acessada pela grande massa, sendo usada principalmente em universidades e institutos de pesquisa. Sua popularização é recente, ainda que veloz.

O que o geek e usuários avançados têm que perceber é que a web ultrapassou os limites da informática e ciência da computação. Ela não é mais um experimento ou ferramenta acadêmica. Sua evolução é tamanha que o usuário não precisa saber muito sobre computadores para usá-la, quanto mais sistemas operacionais ou programação. Afinal, se ele está usando Windows, Linux, BSD, Mac OS ou Android, terá acesso aos mesmos sites e serviços pela internet. A plataforma é indiferente e, com a evolução da “nuvem digital”, até mesmo o terminal torna-se um mero coadjuvante.

“Conheço muitos usuários que não conseguem sequer escrever um texto e nem mesmo salvá-lo ou imprimi-lo, e gravar um CD de música para alguns pode ser  a tarefa de um técnico. Por etiqueta poderíamos comparar o computador com um automóvel onde o usuário poderia operar a maquina se soubesse no minimo as tarefas basicas de interação. Infelizmente, prestadora de cursos de informática enrolam o aluno deixando-o transtornado. O que mais se vê são usuarios que sabem abrir o internet explorer, logar no msn (por uma conta de e-mail que foi feita por terceiros). Conheço empresas que tem muitos problemas de TI simples , como por exemplo instalar uma impressora, que poderiam ser resolvidos se o usuário tivesse um pouco mais de capacitação técnica no seu setor de trabalho.”

Assim sendo, não há porque esperar do web-usuário comum qualquer conhecimento além do básico sobre computação. A culpa não é da internet, simplesmente porque ela não foi feita para ensinar qualquer coisa a qualquer pessoa.

A internet é simplesmente uma rede de computadores: sua função é conectar usuários, e o que quer que aconteça nela é resultado do que eles fazem, seja isto benéfico ou não.

“Estamos falando de internet, imagine os outros problemas que dependem da opinião transcita em votos vindo dessa massa!”

Título original: A internet é inocente
Fonte: Viva Linux
Autor: Lucas Pinheiro Silva

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